quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Latinos dos EUA devem pressionar Obama sobre imigração

Latinos dos EUA devem pressionar Obama sobre imigração

LOS ANGELES (Reuters) - Após meses sendo deixado de lado, o eleitorado latino-americano, importante na eleição de Barack Obama como presidente dos EUA, deve pressionar o novo governo a colocar a reforma da imigração novamente na pauta.
Cerca de 12 milhões de imigrantes, a maioria hispânicos, vivem e trabalham ilegalmente nos Estados Unidos. O que fazer com eles é um tema que divide a população norte-americana.
Como senador, o democrata Obama apoiou no ano passado um projeto bipartidário que abria caminho para a legalização dos clandestinos. A bancada republicana rejeitou o projeto por considerá-lo uma forma de "anistia".
Obama apóia uma reforma mais abrangente, que inclua uma maior vigilância nas fronteiras e punições a patrões que contratam imigrantes clandestinos.
Os hispânicos com cidadania norte-americana - entre os quais dois terços votaram em Obama - consideram que a economia e a guerra do Iraque são questões mais importantes, mas ativistas e analistas dizem que eles também prestam atenção à questão imigratória e esperam medidas.
"Votamos numa pessoa que acreditávamos entender a importância dos imigrantes para este país", disse Angélica Salas, diretora-executiva da Coalizão para os Direitos Humanos dos Imigrantes, em Los Angeles.
"Embora não seja estritamente um toma-lá-dá-cá, há expectativa de que ele cumpra essas promessas". acrescentou.
A imigração foi pouco abordada numa campanha em que Obama e o republicano John McCain tiveram o cuidado de não afastar nem o eleitorado latino nem os norte-americanos contrários à reforma.
Os hispânicos são a minoria que mais cresce nos EUA, e já respondem por cerca de 9 por cento do eleitorado.
"A questão para os democratas ao tentarem lidar com a reforma da imigração é se eles vão dar como fato consumado ou vão sentir que precisam de algo em mais curto prazo para solidificar ," disse Tamar Jacoby, dirigente da entidade ImmigrationWorksUSA, que reúne empregadores de todo o país.
As divisões são grandes. Os mais radicais dizem que os imigrantes ilegais sugam recursos e deveriam ser presos e deportados. Obama e seu vice, Joe Biden, defendem que os clandestinos paguem uma multa, aprendam inglês e voltem para o fim da fila na oportunidade de obter cidadania norte-americana.
OUTRAS QUESTÕES?
Analistas dizem que Obama poderia ser mal aconselhado a reabrir a polêmica sobre a imigração num momento em que a crise econômica já custa 200 mil postos de trabalho por mês.
"Tentar argumentar que precisamos legalizar as pessoas que estão ilegalmente no país, quando o país está perdendo empregos em um dos ritmos mais rápidos dos últimos 20 anos, é realmente algo difícil de empurrar", disse Steven Camarota, diretor de pesquisas da entidade Centro para os Estudos da Imigração, que defende uma fiscalização mais rígida.
Formadores de opinião dizem que há outras rotas possíveis para que Obama mantenha suas promessas a respeito da reforma migratória e tranqüilize o eleitorado latino.
"Há passos que o novo presidente pode dar para demonstrar aos eleitores latinos que ele pretende tratar da questão", disse o jornal Los Angeles Times em editorial.
Isso incluiria, na opinião do jornal, parar com as blitze em locais de trabalho, o que já levou à prisão de milhares de empregados, especialmente hispânicos em fábricas de Iowa e Mississippi, e a formação de um consenso bipartidário sobre a chamada Lei do Sonho, que permite a legalização de estudantes secundaristas com boas notas, mas que estejam clandestinos.
"De qualquer forma que ele fizer isso, precisa cumprir o sonho de mudança deles", concluiu o editorial.

Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/11/19/latinos_dos_eua_devem_pressionar_obama_sobre_imigracao-586464052.asp

Imigração aumentou 24% no Reino Unido em 2007

Imigração aumentou 24% no Reino Unido em 2007

- O número de imigrantes no Reino Unido aumentou 24% em 2007 em relação ao ano anterior, para um total de 237.000 pessoas, informou hoje o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês).
Segundo dados da ONS, o número de imigrantes estabelecidos no país aumentou em relação a 2006 porque as chegadas não foram compensadas com saídas.
O número estimado de pessoas que chegaram à Grã-Bretanha em 2007 para morar 12 meses foi de 577.000, comparado com 591.000 no ano anterior, enquanto a quantidade de quem deixou o país passou de 400.000 em 2006 para 340.000 no ano passado.
As estatísticas apresentadas hoje indicam que o número de imigrantes aumentou em 1,8 milhão de pessoas desde que o Partido Trabalhista chegou ao poder em 1997, ano em que o número líquido foi de 50.000.
A ONS também disse que o número de solicitantes de asilo no Reino Unido entre julho e setembro deste ano foi de 6.620, 12% mais que no mesmo período de 2007, o que representa a quinta alta trimestral consecutiva.
Nos 12 meses até setembro passado, houve um total de 25.800 pedidos de asilo, 15% mais que nos 12 meses precedentes.
Também houve um aumento do número de pessoas que deixou o país entre julho e setembro, para 17.500 pessoas, 9% mais que no mesmo período do ano anterior, diz a ONS.
O secretário de Estado de Imigração, Phil Woolas, lembrou que estes números são anteriores à introdução do novo sistema de controle da imigração por pontos, que estabelece um estrito processo de seleção.
A ONS informou também que o número de pessoas da Europa do Leste que foram registradas para trabalhar neste país de julho a setembro de 2008 caiu em 21.000, comparado com a do mesmo período de 2007, rompendo assim uma tendência dos últimos anos.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL867736-5602,00-IMIGRACAO+AUMENTOU+NO+REINO+UNIDO+EM.html

Imigrantes não são mais criminosos que os nacionais

Imigrantes não são mais criminosos

Uma investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, Maria João Guia, estudou as relações entre imigração e criminalidade e concluiu que "os estrangeiros não são mais criminosos do que os portugueses". Maria João Guia afirmou que "os imigrantes não são mais criminosos do que antes, nem cometem mais crimes do que os portugueses, apesar de haver diferença nas proporções dos grupos".
No passado dia 10 de Outubro, a investigadora do CES defendeu a sua dissertação de mestrado, intitulada "Imigração e criminalidade - caleidoscópio de imigrantes reclusos", um trabalho que realizou sob orientação da professora Maria Ioannis Baganha, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. "Existem factos em comum entre determinadas nacionalidades e determinadas condenações", verificou, frisando, no entanto, que "também os imigrantes contribuem para o avanço da economia e da sociedade" em Portugal.
O trabalho estatístico em que Maria João Guia baseou o seu estudo foram sobretudo dados sobre reclusos estrangeiros, em 2002 e 2005, facultados pela Direcção-Geral de Serviços Prisionais. "Concluiu-se que os imigrantes, em geral, não cometem hoje mais crimes do que antes", refere na contracapa da sua tese, que a autora e a Livraria Almedina apresentam hoje, em Coimbra, na loja da editora no Estádio Municipal.
No seu trabalho, Maria João Guia procura "desmistificar o preconceito de que todo o imigrante é criminoso". "Através da análise de diversas variáveis, tais como nacionalidade, sexo, idade, habilitações literárias, pena e crime, foi possível constituir uma tipologia de quatro grupos de imigrantes, cujas condenações por tipos de crime e outras variáveis se aproximavam", explica.
Segundo a autora, "este livro é uma tentativa de repor verdades e de analisar com o rigor possível as realidades da imigração e da criminalidade", salienta. Na sua opinião, o assunto deverá ser, pelo contrário, "encarado em diferentes perspectivas, visto integrar-se numa realidade social em constante mutação".
Maria João Guia realça, por outro lado, que os processos de globalização "estão a fomentar grandes movimentos migratórios" e que "muitos países de acolhimento não estão preparados para receber um número elevado de imigrantes". Esses países "enfrentam problemas sociais graves, nomeadamente o aparecimento de novos tipos de crime".
"Aparentemente" - afirma -, "crimes como o auxílio à imigração ilegal, o tráfico de seres humanos, a angariação de mão-de-obra ilegal, o lenocínio, a extorsão e a falsificação de documentos estão a aumentar". Tais crimes proporcionam "elevados lucros" e são "frequentemente atribuídos aos imigrantes". "No entanto, são os imigrantes que constituem a maioria das vítimas dos mesmos", conclui a investigadora do CES.
Quando se verifica um aumento da imigração, "vem o bom e o mau", declarou, admitindo que alguma da criminalidade trazida para Portugal por estrangeiros "já exista antes" nos países de origem. "Se se verificou a entrada de um grande número de estrangeiros em Portugal nos últimos anos, naturalmente houve um aumento do número de reclusos estrangeiros", sublinha Maria João Guia nas conclusões.
Estão ainda agendadas sessões de lançamento da obra em Lisboa, no dia 24 de Novembro, na Livraria Almedina Atrium Saldanha, e no Porto, em 03 de Dezembro, na Livraria Almedina Arrábida.

Fonte: http://noticias.pt.msn.com/article.aspx?cp-documentid=11097707