quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bolívia acusa UE de racismo por medida sobre imigração

Bolívia acusa UE de racismo por medida sobre imigração

La Paz, 10 fev (EFE).- O Governo da Bolívia qualificou hoje de prática "xenófoba e racista" a decisão da União Europeia (UE) de aprovar, na próxima semana, uma diretiva que punirá os empregadores de imigrantes ilegais.
Em comunicado da Chancelaria, o Governo Morales "manifesta sua total rejeição à medida, em consideração ao princípio do irrestrito respeito à universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos".
Segundo o Governo, o Parlamento Europeu deve aprovar formalmente nos próximos dias 18 e 19 de fevereiro a diretiva que estabelece as sanções aos empresários que deem trabalho a imigrantes que não tenham regularizado sua situação.
O comunicado diz ainda que "existe uma decisão plena do Parlamento Europeu para impor sanções penais a ditos empresários que contratem imigrantes em situação irregular".
"O Governo boliviano lamenta igualmente a reposição de certas práticas xenófobas e racistas que tentaram ser eliminadas pela comunidade internacional desde a Segunda Guerra Mundial", diz o comunicado em alusão à diretiva.
A Bolívia pede aos Estados da UE que revisem e reconsiderem tal medida, "levando em conta os acordos internacionais sobre direitos humanos que foram adotados nos âmbitos e instâncias internacionais".
Segundo números oficiais, cerca de meio milhão de imigrantes bolivianos correm risco de perder seus empregos em diversos países da Europa com a aplicação da nova norma.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL996327-5602,00-BOLIVIA+ACUSA+UE+DE+RACISMO+POR+MEDIDA+SOBRE+IMIGRACAO.html

Entidades internacionais apelam pelo fim da perseguição aos migrantes

Entidades internacionais apelam pelo fim da perseguição aos migrantes

Especial para o Jornal de UberabaPerto de 10 milhões de pessoas que migraram para a Europa, Estados Unidos e Ásia devem ser forçadas a retornar aos seus países de origem, por causa da crise mundial e das rigorosas leis contra o fluxo migratório. A estimativa é da Scalabrini International Migration Network (SIMN), entidade internacional que reúne mais de 170 organizações pela defesa dos direitos humanos de migrantes, refugiados, exilados e populações em movimento em todo o planeta. De acordo com a ONG, 200 milhões de pessoas são imigrantes, vivendo fora dos seus países, entre elas, 10 milhões de refugiados. Com a crise mundial, os governos buscam culpar os imigrantes pelo desemprego e dão origem a verdadeiros movimentos de xenofobia.Durante o mês de janeiro, mais de mil pessoas foram deportadas dos Estados Unidos para a Guatemala, depois de terem sido “criminalizadas”. Na Itália, o governo já aprovou no senado uma série de medidas, entre elas, a delação por parte dos médicos de estrangeiros em situação irregular. Esses imigrantes poderão responder a até quatro anos de prisão.Preocupada em buscar uma cultura de coexistência pacífica entre os povos sujeitos à mobilidade humana e as populações locais, e em frear medidas internacionais que espelham uma verdadeira “caçada” a seres humanos, a SIMN realizou em Antigua, na Guatemala, o Primeiro Fórum Internacional de Migração e Paz. Mais de 180 personalidades mundiais, entre elas, oito prêmios Nobel da Paz, discutiram a temática “Fronteiras: Muros ou Pontes”, denunciando inúmeras circunstâncias de infração aos direitos humanos, em que os imigrantes são vistos como uma ameaça, vítimas de discriminação e de todos os tipos de humilhação pelos grandes segmentos da sociedade.

Fonte: http://www.jornaldeuberaba.com.br/?MENU=CadernoA&SUBMENU=Geral&CODIGO=28341

Declaração de Antigua

Declaração de Antigua

Como resultado de dois dias de intensa reflexão, a SIMN, representantes de governos, instituições acadêmicas, organizações internacionais sociais, religiosas e de direitos humanos, lançaram a Declaração de Antigua. “A carta traz propostas para mudar a percepção das migrações”, destacou o diretor executivo da SIMN, padre Leonir Chiarello. “As migrações internacionais não são um problema, mas uma realidade estrutural da sociedade atual e uma oportunidade para a construção de uma convivência mais pacífica”. A declaração destaca que “a migração é um fenômeno inerente à natureza humana que sempre existiu e não pode ser abrandado por políticas restritivas ou paredes”, ressaltando que “deve ser criada uma cultura de paz nas fronteiras para superar as divisões, o racismo, a discriminação, os conflitos, a pobreza e para erradicar o tráfico humano e as violações dos direitos humanos”.Os protagonistas da Declaração de Antigua, lançada em 30 de janeiro e publicada em 8 de fevereiro, denunciam que “o processo de globalização, o aprofundamento das desigualdades sociais e assimetrias entre os países, aumentam a migração de homens, mulheres e crianças, que, pela sua situação de extrema pobreza, são obrigados a abandonar suas casas e locais de origem”. A Declaração de Antigua pede medidas efetivas para a redução da pobreza extrema; o fim de qualquer forma de violência contra os migrantes, bem como de qualquer forma de racismo, xenofobia ou discriminação, além da ratificação e o cumprimento de tratados internacionais sobre a migração, como a Convenção Internacional das Nações Unidas, para proteger os direitos de todos os trabalhadores migrantes e suas famílias. (RL)

Fonte: http://www.jornaldeuberaba.com.br/?MENU=CadernoA&SUBMENU=Geral&CODIGO=28342

Imigração é a saída para a crise americana, afirma Thomas L.Friedman

Imigração é a saída para a crise americana, afirma Thomas L.Friedman

Imigrantes elevariam o nível de poupança dos Estados Unidos, criariam novas empresas e impulsionariam a inovação, segundo o colunista do New York Times.

Enquanto o mercado ainda se refaz da frustração causada pela escassez de detalhes dos planos de socorro aos bancos americanos, apresentado nesta terça-feira (10/2) pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, os especialistas buscam as lacunas dos pacotes. A maioria das críticas converge para a insuficiência das medidas, a dificuldade de precificar os ativos podres em poder dos bancos, e a repetição de fórmulas já propostas pelo governo Bush. Uma das avaliações mais originais, até o momento, é a de Thomas L.Friedman, o badalado colunista do jornal New York Times e autor do best seller "O Mundo é Plano". Para Friedman, a solução para a crise americana é abrir ao máximo o país para os imigrantes.
Em um artigo publicado nesta quarta-feira (11/2) no NYT, cujo título é "The Open-Door Bailout" (algo como O pacote das portas abertas, em uma tradução livre), Friedman afirma que o que transformou os Estados Unidos no país mais rico do mundo foi uma fórmula simples. "Não foi o protecionismo, ou os bancos públicos, ou o medo do livre comércio. Não. A fórmula foi muito simples: criar uma economia realmente aberta, realmente flexível, tolerante, cuja destruição criativa permite que o capital morto seja rapidamente reempregado em melhores idéias e companhias, plena dos mais diversos, inteligentes e enérgicos imigrantes de todas as partes do mundo".
Friedman critica a aprovação no início de fevereiro, pelo Senado, de uma medida que proíbe que instituições financeiras que recebam ajuda pública contratem estrangeiros para cargos de alta qualificação ou mesmo empregos temporários. Segundo Friedman, isso é um "mau sinal". "Em uma era na qual atrair o primeiro time intelectual de todo o mundo é a vantagem competitiva mais importante que se pode ter na economia do conhecimento, por que impomos barreiras a esse poder intelectual? Isso se chama ´Velha Europa`. Isso pode ser soletrado como E-S-T-U-P-I-D-E-Z".
O autor relata conversas que teve, nesta semana, com empresários e intelectuais da Índia. Um membro do conselho da Infosys, uma das gigantes de tecnologia do país, por exemplo, lhe disse que proibir a entrada de indianos nos Estados Unidos será "a melhor coisa para a Índia, e a pior para os americanos, porque os indianos serão forçados a inovar em seu próprio país".
Friedman critica a política protecionista americana, ao afirmar que a imposição de barreiras foi a responsável por transformar a Grande Depressão dos anos 30 em "grande". "Vivemos em uma era tecnológica, na qual cada estudo mostra que quanto mais conhecimento um trabalhador possui, mais rápido sua renda cresce. Portanto, o centro do nosso estímulo, o princípio norteador deveria ser estimular tudo que possa nos tornar mais inteligentes, e atrair o máximo de pessoas capacitadas para nossas terras. Esse é o melhor modo de criar bons empregos", escreve Friedman.
O autor cita um estudo de Vivek Wadhwa, um pesquisador sênior da Harvard Law School. A pesquisa mostra que, na última década, os imigrantes responderam pela fundação de metade das empresas do Vale do Silício - o pólo de tecnologia mais famoso dos Estados Unidos. Em 2005, as companhias criadas pelos imigrantes respondiam por 450.000 funcionários e faturaram cerca de 52 bilhões de dólares.
Segundo Friedman, criar condições para a fundação de novas empresas é tão importante quanto resolver os problemas financeiros e de desemprego criados pela crise. "Adoraria ver o pacote de estímulo incluir um fundo público de capital de risco, com o objetivo de financiar todos os start-up que não deslancham atualmente pela falta de liquidez dos meios tradicionais de crédito", escreve.
"Precisamos atacar a crise financeira com Green cards e não apenas com papel-moeda, com novas empresas e não apenas com pacotes de ajuda. Uma Detroit é suficiente", afirma Friedman.

Fonte: http://portalexame.abril.com.br/economia/imigracao-saida-crise-americana-afirma-thomas-friedman-420849.html