Africanos veem comissão como arma contra imigração ilegal
Luanda, 4 jun (Lusa) - Angola e a República Democrática do Congo terminaram nesta quinta-feira conversações sobre segurança na fronteira conjunta, em que os dois governos exaltaram a importância da Comissão de Defesa e Segurança para combater fenômenos como a imigração ilegal.As conversações de Luanda envolveram os ministros angolanos da Defesa, Kundi Paihama, e do Interior, Roberto Leal Monteiro “Ngongo”, e os ministros congoleses democráticos da Defesa, Charles Mwando N’Simbao, e do Interior, Celestino M’Buyo Kabango.“O fenômeno da imigração ilegal tem vindo a atingir proporções alarmantes”, pelo que são necessários “métodos rápidos e seguros para conferir maior segurança à fronteira”, afirmou o ministro da Defesa angolano, citado pelo Jornal de Angola.O governante adiantou que os dois países devem aproveitar a atual paz e estabilidade para desfrutarem dos recursos naturais que cada um possui, e que podem reforçar as trocas comerciais bilaterais. “O diálogo e a concertação são importantes na constituição de uma Comissão Mista de Defesa e Segurança”, considerou. Angola e a República Democrática do Congo mantêm um desentendimento aberto em relação ao traçado da fronteira entre os dois países, em zonas no Baixo Congo e na província do Bandundo.As divergências conheceram recentemente uma escalada, com o ministro do Petróleo congolês democrática afirmando à imprensa internacional que "muitas das plataformas [petrolíferas angolanas] são na realidade plataformas congolesas", em águas territoriais da RDCongo, ao sul do enclave de Cabinda.De passagem por Lisboa em abril, Kundi Paihama disse que o diálogo de Angola com a República Democrática do Congo sobre as fronteiras estava interrompido por falta de resposta das autoridades congolesas. "Fui pessoalmente ao Congo com uma mensagem do Presidente angolano José Eduardo dos Santos para o Presidente Joseph Kabila a dizer que temos que reunir a comissão mista para discutir esses problemas, mas eles esquivam-se (...) Hoje já mandei mais duas mensagens e não me respondem. Este é um problema que para nós requer paciência", disse na época o ministro da Defesa angolano.O ministro do Interior da RDCongo defendeu a realização de um “trabalho conjunto entre os dois países para resolver os problemas ao longo da fronteira”, como a insegurança, a imigração ilegal e o tráfico de droga.Em Luanda, quarta-feira, M’Buyo Kabango advogou ainda a criação de comissões locais, que devem integrar os governos das províncias que fazem fronteira, a par de uma central.Nas conversações, iniciadas segunda-feira, participaram ainda o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas de Angola, Francisco Pereira Furtado, além de oficiais de polícia e especialistas.
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