ONG contra política de imigração do Presidente francês
Paris, França - Um responsável da Organização Não Governamental (ONG) Caritas-Mali, Mamady-Pierre Savané, criticou quarta-feira em Paris a política de "imigração escolhida" preconizada pelo Presidente francês, Nicolas Sarkozy, qualificando-a de "nova forma de colonização".
"A imigração escolhida é apenas a pilhagem dos recursos humanos africanos. Esta política visa encorajar a fuga de cérebros africanos propondo-lhes uma remuneração mais aliciante", declarou Savané durante uma entrevista à PANA.
O também animador-formador de Caritas em Kayes, província ocidental do Mali principal ponto de partida de emigração para França, encorajou as autoridades malianas a não assinarem o acordo de gestão concertada dos fluxos migratórios proposto pelo Governo francês.
Apesar de fortes pressões exercidas ao mais alto nível do Estado francês, o Governo maliano, apoiado pela sociedade civil, recusa-se a assinar o acordo proposto pela França, estimando que ele não corresponde suficientemente à especificadade da emigração maliana.
"Saúdo a posição do Governo maliano e encorajo-o a não assinar este acordo. Não podemos aceitar dar carta branca (à França) para expulsar estes emigrantes malianos que muito fazem para as suas comunidades de origem", defendeu Savané.
Na sua óptica, a emigração para a Europa, nunca será a solução para os problemas de desenvolvimento do Mali.
"O Estado maliano tem a responsabilidade de propor perspectivas aos jovens atraídos pela emigração. Ele deve dar-lhes trabalho, fazer com que estes jovens não desejem tentar a aventura perigosa da emigração clandestina", prosseguiu o responsável de Caritas no Mali.
Ele evocou, por outro lado, as acções específicas da sua organização para sensibilizar os jovens Malianos aos perigos da emigração clandestina.
"Desenvolvemos uma argumentação para que os jovens malianos, particularmente os da província de Kayes, compreendam que o Mali nunca se construirá sem eles e que a emigração clandestina não é uma alternativa à pobreza", defendeu Savané, admitindo que a pressão socioeconómica é um factor deste fenómeno.
"Os nossos salários módicos em franco CFA não bastam para cobrir as necessidades da família africana alargada. O que os leva a renunciarem a estes salários a fim de ir à Europa buscar remunerações em euros, moeda muito mais forte. Mas, não se iludam, isto não é a solução", concluiu o responsável da Caritas-Mali.
Fonte: http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/africa/ONG-contra-politica-imigracao-Presidente-frances,9a24d1f1-f486-446c-bc97-a26560e41fb6.html
quinta-feira, 4 de junho de 2009
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